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sábado, 26 de setembro de 2009

Fortaleza



Eu me rendo.

Acabou, é verdade, mas por quê? Busco ainda razões que expliquem o fim e não acho sequer uma que seja grande o suficiente. O que encontro são frangalhos, pequenas partes disso e daquilo. Quem diria... pedacinhos de coisas que julgávamos insignificantes foram capazes de destruir, em dias, o que levamos ano para construir. Talvez tenhamos encaixado uma peça no lugar errado e isso fez desmoronar todas as outras, como uma criança que, na hora de construir o seu castelo de brinquedo, erra o inocente cálculo. O que me dói é ter a consciência de que deixamos, por infantilidade, que uma parte destruísse o nosso todo. Há um aniversário, nosso amor foi consumado, mas o que restou de tudo, além da lembrança? Além da saudade, sentimentos outros são ausentes. Nada é pior do que a falta, pois ela é a consumação da ausência, do vazio. De mares de flores e brisas de sentimentos, nada restou. Com essa reflexão, sou capaz de me aproximar do que tanto me incomoda e entender, finalmente, as variações que não exito em sentir dentro de mim: se o fim tivesse sido cruel a ponto de destruir tudo aqui dentro, seria mais fácil. Mas o amor que em mim vive é como o rabo da lagartixa que, não importando o golpe, é sempre capaz de se reconstituir. Mas e quando o rabo fica pendurado... nem solto, nem preso? Como chamamos esse meio termo entre a dispersão e a reconstituição, entre o perder e o reconquistar, entre o morrer e o renascer?

De resto, nada mais resta. A não ser a peça chave que destruiu a nossa fortaleza, que para sempre guardarei dentro do meu coração, na vã tentativa de concretizar a justificativa para o desmoronamento. Mas isso é bobeira grande, é sabido. Se o castelo não sobreviveu a um desencaixe, jamais se tornaria a fortaleza que, um dia, hei de construir.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Sem vocês?



Estive buscando pretextos que me afastassem dos deveres que tenho a cumprir e eis que encontro depoimentos das mais variadas datas, dos mais variados amigos, sobre mim:


"Quando penso na Beta, eu penso em alguém muito leal a todos, a si mesma e a seus ideais. Penso em alguém companheira, inteligente, bricalhona, justa, alguem com quem vale se manter uma amizade."

"Companheira de viagem, de pista, de pileques de limãozinho, de turma, entre outras coisas,mas na verdade ela é minha SÓCIA e olha que disso as pessoas sabem bem!"

"Roberta é uma irmã pra mim, do mesmo sangue. Esse jeito de autoritária, de mandona, encantou muita gente."

"Rob, a Mestra (como gosta de ser chamada, não sei porque, mas...), é uma excelente pessoa, uma companheira para todas as horas."

"A Roberta sempre foi assim (usando e abusando do eufemismo), uma garota autoritária. Mas vai ver é por isso que gostamos dela, sempre idealista e cheia de utopias."

"Beta é meu lado lésbico!"

"leeeeek, essa mulhé aí é muito mala."

"Roberta é uma menina impulsiva, tudo o que fala vem de dentro, é capaz de sentir milhões de coisas ao mesmo tempo, ama amar. Roberta vê a vida de um jeito diferente, se apaixona pelos mínimos prazeres, eterna apaixonada. A Beta é forte, é amiga, é determinada, é guerreira. Uma menina meio mulher, que enquanto brinca na areia na praia, planeja o futuro, a profissão, os amantes, o filho!"

(...)

Que seria de mim sem vocês?

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Se



Da mania que eu tenho de adivinhar
E querer sentir mais do que poderia
E tentar saber o que aconteceria
Se...

Da vontade que eu tenho de retornar
Para curtir o que não mais deveria
E tentar ouvir o que me falarias
Se...

Da vontade que eu tenho de consertar
E dizer o que antes eu não diria
E fazer acontecer o que não aconteceria
Se...

Da vontade que eu tenho de mergulhar
E viver o que antes eu não viveria
E acender a chama que não acenderia
Se...

Da vontade que eu tenho de animalizar
E rugir o que antes eu não rugiria
E gritar o que antes eu não gritaria
Se...

Da vontade que eu tenho de reestruturar
E completar o que antes eu não completaria
E descobrir o que antes eu não descobriria
Se...

Da vontade que eu tenho de racionalizar
E pensar no que antes eu não pensaria
E aprender o que antes eu não aprenderia
Se...

Da vontade que eu tive de cessar
Da vontade que eu teria de continuar
Da vontade que nem sei aonde foi parar

A condição é um problema
Pois ela restringe à uma possibilidade
E uma possibilidade jamais é plena.

A não ser que...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O Banheiro



A vida é feita de momentos simples e plenos em toda a sua ocasionalidade. Nada serve mais ao homem do que um cantinho para chamar de próprio, para que seu tempo de solidão seja aproveitado, segundo por segundo, até a última gota de agonia. Os ditos cantos variam de um para outro, mas a plenitude do momento é a mesma para a maioria - exceto para os infelizes, que existem no mundo para brincarem de contradição. Com relação a eles, não perderei espaço ou conteúdo de comentário, já que se não sabem o que é a dor de ser sozinho, nunca saberão a real delícia de se estar junto.

Retorno ao raciocínio para introduzir a ideia à qual realmente quero chegar: a acomodação. Sendo essa uma casa, carro, quarto, oca, um pé sujo que seja, não interessa. Se não especifiquei o tipo de lugar, é porque o mesmo é completamente irrelevante. Perceberás isso agora, leitor, mas deves me prometer que o segredo que te contarei deverá ficar entre nós. Só irá saber das minhas palavras aquele que as ler, pois aqui rogo a praga de que cairá a língua do que ousar utilizar as cordas vocais para reproduzir o que aqui eu disse. Lançada a maldição, volto ao tema central, ao qual ainda não consegui chegar, dada a minha imensa capacidade de me desviar dos meus raciocínios.

O Banheiro.

O Banheiro é das maravilhas do mundo, a oitava. É lá onde tenho tempo para o que quer que seja, sem que me seja cobrado o tempo do relógio, o trabalho pronto, o cálculo resolvido. É nele em que posso brincar de pensar em tudo, de me jogar no mundo, de passear sem a obrigação de estar dormindo e sonhando. Posso viajar consciente e com o respeito de todos ao meu redor, pois é o único momento em que minha solidão é respeitada em toda sua plenitude. De nenhuma outra maneira as pessoas preservariam meu momento de ser só para mim. Se estivesse sentada, fariam com que eu me levantasse; comendo, apressariam a minha fome; dormindo, invadiriam o meu sono. Mas do Banheiro, templo sagrado, nenhum deles ousa se aproximar. Ao ouvir um chamado, basta que eu informe à plebe que nele estou, para que todos aceitem sua posição de inferioridade.

No Banheiro, leitor.

É nele que nascem minhas ideias para as palavras, meus diálogos para os humanos, as soluções para os problemas. É em seu interior que me brotam os acontecimentos, que me surgem as retrospectivas e as previsões para o futuro. Lá posso contar dinheiro roubado, gritar segredos descobertos, escrever letras proibidas e ninguém saberá jamais, porque não procurarão fazê-lo.

E é por isso que, ao ouvir o chamado, vou direto para o meu porto seguro. Em sua atmosfera fria e azulejada, vou acomodar-me, em meio ao cheiro de lavanda, e lá pretendo ficar até que me venha a vontade contrária. Quem disse que o Banheiro só pode ser utilizado para necessidades naturais do ser humano, está certo em todas as maneiras.

Tudo me leva a afirmar o contrário, mas a força que de atração que me leva o banheiro é o maior dos fenômenos da natureza humana, tanto biológica, quanto almalógica. Por isso eu insisto: curta o seu próximo Banheiro como se fosse o último de toda a tua insignificante vida. Aquele que ainda não alcançou a trascendência banheiral, morrerá incompleto, e isso é inaceitável. Antes não tivessem nascidos os abanheirados.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Que tempo é esse?



Que tempo é esse que tanto se demora
Quando o que anseio não é aquilo
Que tenho comigo agora

Que tempo é esse que torna-se veloz
Quando o anseio deixa o algoz
E em delícia se transforma

Que tempo é esse que foge do equilíbrio
E briga comigo o tempo inteiro
Ganhando das vezes a maioria

Que tempo é esse que às vezes frio
Me entrega cobertor e travesseiro
E de brinde a agonia

Que tempo é esse que tem secreta a fórmula sua
E faz deixar-me inteiramente nua
Diante de seu poder

Que me traz verdade nua e crua
E o descontentaemento perpetua
Pois a mentira me dá mais prazer

Que tempo é esse que me rói as unhas
Que me cai os cabelos
Que me enfraquece a memória

Que tempo é esse que me desenha as rugas
E me me levará aos nevoeiros
Para, no fim, me fornecer a glória.

Acaso



Quando o bom acaso veio até mim
A glória o acompanhou
Cegando-me, assim

Quando supreendi-me pelo que foi ruim
A dor se consumou
Machucando-me, por fim

Sofri por não me preparar
Para outro acaso apto a chegar
Daqueles que a vida não avisa

Não exitei ao me entregar
E agora vivo a buscar
Algo que cure minha ferida

Quem sabe um dia
Volte a visitar-me o de repente
E eu tenha chance novamente

De apostar na alegria
Acreditar no que está em frente
E me jogar no eternamente

E assim, o farei de novo
Pois o ciclo se repete
E eu não consigo aprender

Sempre me queimo com o fogo
Mas se apaga a chama que me aquece
Ela voltarei a acender.

E quando (5)



E quando acostumar-se à conquista é preparar-se para a derrota?

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Sempre



Cansei de começar aqui com "existem dias", "algumas vezes" e semelhantes. Quero iniciar uma reflexão, qualquer que seja ela, com "sempre". Percebi que se luto por algum objetivo hoje, é com o objetivo de ser feliz de amanhã em diante. A felicidade eterna existe, o problema está no que as pessoas enxergam... Ou melhor, deixam de enxergar.

Flores brotam dentro de mim quando sinto o vento esvoaçar meus cabelos, vejo um pássaro voando no céu ou uma criança correndo no parque. É esse o tipo de tinta que busco para colorir o meu caminho: a vida em toda sua plenitude. Sempre que eu me deparar com o cotidiano em forma de luz, me apaixonarei novamente.

Sou a favor de aproveitar cada momento do nosso tempo, dedicando uma atenção especial àqueles que não nos fazem tão bem, para que possamos nos entregar em dobro a um que nos satisfaz. Um mundo em que os sentimentos bons estão no mesmo patamar dos ruins é completamente perdido.

A dor é necessária para que passemos a dar valor a todos os acontecimentos da vida. Sempre que eu a sentir, lembrarei de que estou no mundo para lutar e vencer. E eu o farei. Nesse dia, não mais viverei... E, finalmente, poderei utilizar o "sempre" com o qual tanto sonho para expressar a última de todas as conquistas: eternidade.