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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Decisão



Tomei uma decisão.

Eis que o fato de conseguir coragem e incentivo para tomar uma decisão se torna mais intrigante pra mim do que o próprio acontecimento. É preciso sabedoria na hora de fazê-lo e, desta vez, sei que estou indo pelo caminho certo, pois sigo o comum. A minha decisão não foi inimaginável ou desafiadora, foi normal. Por isso, acho (e espero) que seja mais fácil cumprí-la.

Tomo como decisão a estipulação de uma meta que pretendo cumprir, ou seja, boto o pé agora na linha de início da caminhada. Há uma grande distância a ser percorrida e eu pretendo seguir em frente até onde julgar ser o limite do meu limite. Sim, porque o primeiro limite é aquele que nossa cabeça usa para expressar sua exaustão... mas não é o verdadeiro. Atingir o limite é esgotar as forças e será preciso mais do que alguns sinais da minha mente, corpo ou coração para me fazer parar. Afinal, eu tomei uma decisão, e não posso não corresponder minhas próprias expectativas. Fazendo isso, estaria me deixando na mão e não existe nada pior do que decepcionar-se consigo mesmo.

Que faça sol, chuva, vente. Caiam raios, neve, granizo. Que o mundo vire de cabeça pra baixo, revoluções eclodam, relacionamentos terminem. O branco se transforme em preto, o quente em gelado e o mar vire cor de rosa. Eis que demoro a tomar uma decisão, mas quando o faço não há contratempo que me faça parar. A não ser uma nova decisão: desistir.

Mas isso já é outra história.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O tempo




O tempo?
O tempo!
O tempo:

O temporal
O temporão
O tempo não
O tempo mal
O tempo bom

Ele
Este
Aquele
Qualquer um
Ou mais nenhum

O temp-erei
O temp-erigo
O temp-ermitido
O temp-rocrastinado
O tempo que passa rápido

Que vai
Que volta
Que nunca irá
Que foi e voltou
Que voltou e ficou
Que ficou, mas passou
Que já nem mais sei quem sou

O tempo, se soubesse
Da tempestade que é, riria
Mas se certo tempo tivesse
Uma única chance de escolha
Será que o tempo de fato escolheria?

O que me permite a simetria
Que me dá o que eu às vezes nem queria
Que de repente me transforma em agonia
E, de vez em quando, faz de mim pura alegria.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Fortaleza II



Eu não me rendo.

Há alguns anos, fui atirada no mundo. Tudo o que aconteceu após a queda e acontecerá agora, e agora, e agora, e daqui para todos os agoras que ainda hei de viver, dependerá de minhas escolhas. Quantos caminhos eu segui na direção errada, quantos lados eu escolhi equivocadamente, quantas verdades julguei antecipadamente... Mas eu nunca desisti. A cada erro que já foi por mim cometido, existe uma vitória conquistada, mesmo que não aquela ansiada inicialmente. Uma vitória que se adapta às circunstâncias é ainda mais saborosa. Eu? Me render agora? Imagina! Como poderia? Faz parte de mim lutar, corre no meu sangue a vontade de batalhar pela glória e seguir em busca de êxitos. Desistir não se encaixa em nenhum dos meus sistemas, nem me é permitido que cogite ceder à algumas dificuldades que venham a existir. Portanto, eu sigo em frente, assim como o vento venta, o sol ilumina e as estrelas brilham. É natural de mim buscar sempre pelo melhor. Se alguma peça do castelo ousou ser desencaixada, por qualquer que seja o motivo, eu a coloco em seu lugar de novo. Não importa quanto tempo demore, quanto trabalho me dê, eu contruírei um dia a fortaleza que há de me proteger. Apenas com minhas mãos. Quem sabe, até com um pedacinho do meu coração. Nada mais.

domingo, 11 de outubro de 2009

Lá estava ela



Lá estava ela.

Foi acordada por raios solares que batiam em sua janela, dando-lhe bom dia. Assim que se levantou, percebeu que a melodia dos pássaros estava especialmente bela naquela manhã. Como se aquilo fosse uma confirmação para seus planos, botou um vestido que havia separado na noite anterior, na altura dos joelhos, coberto por flores das mais diversas cores. Prendeu o cabelo com um laço de fita rosa, bebeu um copo de leite e partiu.

Enquanto caminhava, não sabia se adiantava-se ou diminuía a velocidade. Sua vontade era de sair correndo, mas a tensão quase a fazia apressar-se, sim, contudo para a direção inversa. Porém, se encontrara o caminho, não havia porquê temer o seu destino. Na rua, quase não se viam carros, pessoas ou movimento, como se o mundo houvesse parado, respeitando seu momento.

Em sua cabeça de menina jovem, nada se passava além de fantasias e desfechos para o momento que estava por vir. Todos plenos em suas diferenças, com uma palavra trocada ou um beijo a mais, mas preservados em seu final: a conquista. Ansiava pelo que viria, pelo que diria e, mais do que tudo, pela onda de sentimentos que a cobririam. Como seriam eles? Seriam tão gostosos quanto os que sentira durante o anseio, ou infinitamente maiores? Menores não seriam jamais, pois, por mais que tudo terminasse mal, a dor seria suficientemente grande para cobrir as incertezas da espera.

Seu Joaquim! Bom dia! Como está gostoso o cheiro do pão hoje! Aproveitava o cheirinho de café fresco e pão com manteiga da padaria, como se aqueles a resgatassem para a realidade. O padeiro estava ali, na porta, cumprimentando seus fregueses. O leiteiro preparava sua bicicleta para entregar a bebida aos vizinhos. O farmacêutico abria as portas do seu comércio, pronto para curar as dores de alguns. Sorte daqueles em quem as doses de remédio pudessem surtir efeito. Se algo desse errado naquele dia, nada nem ninguém seria capaz de curá-la.

Mas tudo seria perfeito, e ela sabia. Ela sentia, e seguia em frente.

As esquinas passadas se multiplicavam cada vez mais e as pessoas brotavam na rua, sinal de que o mundo acordava. Ela olhou para o sol, já completamente exposto, e sentiu-se privilegiadamente iluminada, como se ele estivesse ali só para dar-lhe força. Apressou o passo, não conseguindo mais conter sua ansiedade. Pelo jeito com que alguns a olhavam, ela já deveria estar correndo, mas era como se flutuasse. Não sentia seus pés no chão, não sentia mais o cheiro do pão, não pensava mais em nada. Porém, as batidas aceleradas de seu coração a provavam de que ainda estava viva.

O parque já podia ser avistado! Ela o via, verde como nunca. As casas andavam muito rápido, as calçadas começavam a ficar para trás e ela já pisava na areia do seu destino. Nunca havia reparado quantas árvores existiam naquele lugar! Em meio a tantas, só uma lhe servia e parecia que havia se escondido, só para brincar com ela. Não! Ali estava! Especialmente iluminada, cheia de folhas verdes. Algumas ainda com gotas de orvalho que resistiam ao calor, só para assistir àquele momento. No meio delas, uma flor brotara. Nascera especialmente para aquela ocasião, para presenciar a consumação do sentimento mais puro, como as gotas do orvalho, e mais delicado, como as pétalas da flor.

Lá estava ele.

sábado, 10 de outubro de 2009

Diálogos reflexivos



- Você já se aqueceu perto do fogo?
- Já...
- Já se queimou com o fogo?
- Nunca.
- Então não sabe o real poder de sua chama.