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domingo, 11 de outubro de 2009

Lá estava ela



Lá estava ela.

Foi acordada por raios solares que batiam em sua janela, dando-lhe bom dia. Assim que se levantou, percebeu que a melodia dos pássaros estava especialmente bela naquela manhã. Como se aquilo fosse uma confirmação para seus planos, botou um vestido que havia separado na noite anterior, na altura dos joelhos, coberto por flores das mais diversas cores. Prendeu o cabelo com um laço de fita rosa, bebeu um copo de leite e partiu.

Enquanto caminhava, não sabia se adiantava-se ou diminuía a velocidade. Sua vontade era de sair correndo, mas a tensão quase a fazia apressar-se, sim, contudo para a direção inversa. Porém, se encontrara o caminho, não havia porquê temer o seu destino. Na rua, quase não se viam carros, pessoas ou movimento, como se o mundo houvesse parado, respeitando seu momento.

Em sua cabeça de menina jovem, nada se passava além de fantasias e desfechos para o momento que estava por vir. Todos plenos em suas diferenças, com uma palavra trocada ou um beijo a mais, mas preservados em seu final: a conquista. Ansiava pelo que viria, pelo que diria e, mais do que tudo, pela onda de sentimentos que a cobririam. Como seriam eles? Seriam tão gostosos quanto os que sentira durante o anseio, ou infinitamente maiores? Menores não seriam jamais, pois, por mais que tudo terminasse mal, a dor seria suficientemente grande para cobrir as incertezas da espera.

Seu Joaquim! Bom dia! Como está gostoso o cheiro do pão hoje! Aproveitava o cheirinho de café fresco e pão com manteiga da padaria, como se aqueles a resgatassem para a realidade. O padeiro estava ali, na porta, cumprimentando seus fregueses. O leiteiro preparava sua bicicleta para entregar a bebida aos vizinhos. O farmacêutico abria as portas do seu comércio, pronto para curar as dores de alguns. Sorte daqueles em quem as doses de remédio pudessem surtir efeito. Se algo desse errado naquele dia, nada nem ninguém seria capaz de curá-la.

Mas tudo seria perfeito, e ela sabia. Ela sentia, e seguia em frente.

As esquinas passadas se multiplicavam cada vez mais e as pessoas brotavam na rua, sinal de que o mundo acordava. Ela olhou para o sol, já completamente exposto, e sentiu-se privilegiadamente iluminada, como se ele estivesse ali só para dar-lhe força. Apressou o passo, não conseguindo mais conter sua ansiedade. Pelo jeito com que alguns a olhavam, ela já deveria estar correndo, mas era como se flutuasse. Não sentia seus pés no chão, não sentia mais o cheiro do pão, não pensava mais em nada. Porém, as batidas aceleradas de seu coração a provavam de que ainda estava viva.

O parque já podia ser avistado! Ela o via, verde como nunca. As casas andavam muito rápido, as calçadas começavam a ficar para trás e ela já pisava na areia do seu destino. Nunca havia reparado quantas árvores existiam naquele lugar! Em meio a tantas, só uma lhe servia e parecia que havia se escondido, só para brincar com ela. Não! Ali estava! Especialmente iluminada, cheia de folhas verdes. Algumas ainda com gotas de orvalho que resistiam ao calor, só para assistir àquele momento. No meio delas, uma flor brotara. Nascera especialmente para aquela ocasião, para presenciar a consumação do sentimento mais puro, como as gotas do orvalho, e mais delicado, como as pétalas da flor.

Lá estava ele.

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