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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Frio



Queria sentir frio.
Assim, subitamente.

O cômodo onde me encontro é tão aconchegante! Suas cortinas enfeitadas por violetas e amarradas por laços brancos deixam um pedacinho da árvore ali de fora aparecer. A cama é confortável, o travesseiro daqueles bem fofinhos e sua fronha é um convite à minha cabeça. A colcha que deita naquela é rosa claro com uns leves traços de um rosa mais escuro, pura graça. A temperatura é amena, deliciosa, quase perfeita.

Ainda assim, queria o frio.
E o desejo a cada vez mais.

Engraçado como essa vontade consegue me distrair de tal atmosfera aconchegante. Ainda mais eu, que sempre clamei por fogo, ardência, calor... Rogo agora pelo frio! Seria isso uma vontade de fugir dos meus próprios princípios? Transformar os meus desejos apenas para que eu possa brincar de ser contradição?

De qualquer maneira, desejo frio.
E essa vontade fantasia minha mente.

Penso como seria se o termômetro marcasse uma temperatura mais baixa e tornasse o ambiente mais negativo. Há tempos não tremo até a espinha; se o fizesse, renasceria. Sentir arrepios e vontade de procurar um outro lugar faria com que eu deixasse o aconchego e buscasse algo novo... consequentemente, faria novas descobertas e nadaria em diferentes mares.

De águas geladas, quem sabe.
Alguns icebergs, com sorte.

E então eu atravessaria onda por onda, sem medo de naufrágios ou criaturas. Exploraria cada gotinha d'água que a mim molhasse e provaria cada uma que ousasse tocar meus lábios. Daria o sal mais sede à minha boca? Quisera eu viciar-me no gosto da aventura!

Eu então morreria de arrepios.
E o frio aqueceria minha alma.

Um comentário:

  1. termodinamicamente falando, sua alma que cederia energia na forma de calor ao frio até que houvesse um equilíbrio térmico

    por causa desse erro primário eu daria nota 7

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