domingo, 13 de fevereiro de 2011
Moça jovem não adormece assim tão facilmente...
Acordo com saudade
Dos risos perdidos
Dos olhares precisos
Dos gestos bonitos
(coração partido)
Levanto com saudade
Dos carinhos suaves
Dos corpos e encaixes
Dos beijinhos na trave
(lembrança que arde)
Converso com a saudade
Sobre as palavras sinceras
Sobre as promessas concretas
Sobre as esperas incertas
(a dor se desperta)
Conto pra saudade
Dos momentos vividos
Dos calafrios sentidos
Da falta de abrigo
(nem reparo que a saudade havia adormecido)
Resta-me a última hóspede
Que, uma vez despertada, se mostra insone
A dor é moça jovem
Energia tem de sobra
Ela acorda e dilacera
Alguns dizem que ela vai-se embora
Então pra quê tanta demora?
Eu me despeço da moça de hora em hora
E ela cisma em me esperar lá fora
A moça sabe que tenho que trabalhar
As horas seguem, os dias passam
A vida tem que continuar
Mas assunto e outro ela teima em puxar
A culpa é minha, toda minha
A dor tem sono leve
Bastou uma conversa com a saudade
para que ela despertasse
Devo cantá-la canções de ninar?
Contá-la história que há?
Fazê-la um chá?
Quem sabe esperá-la cansar
Por isso eu deixo que doa...
E doa
E doa
E doa
E dói
E muito
E doa
E doa
E tic
E tac
E doa
E doa
E doa mais um pouco
E doa
E doa
Tic-tac
E doa
E dói
E doa
E dói
Mas já não tanto
E doa...
E doa...
E dói?
ZzZ
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